Ser inteligente é ser capaz de adotar o comportamento mais
adequado a uma determinada situação. Toda a inteligência de uma pessoa deve ser
encarada como uma possibilidade em aberto, isto é, um recurso com o qual ela
poderá fazer as melhores escolhas para a tomada de uma decisão e a execução da
mesma, seja qual for a atividade.
A inteligência socorre-se das nossas outras aptidões para
analisarmos e executarmos atividades sem esquecer as capacidades criativas e
inventivas destinadas a introduzir, sempre que necessário, ideias para soluções
novas quando os problemas assim o exigem.
A inteligência é apenas um dos recursos da personalidade mas
é dos mais centrais pois ela intervem nos nossos comportamentos, atitudes e
escolhas - escolhas que muitas vezes temos de fazer num abir e fechar de olhos.
Associada à experiência e ao conhecimento, a inteligência ajuda-nos a
prosseguir um caminho de sucesso mesmo que (e não é raro que isso aconteça) ele
passe por fracassos e deslizes.
O autoconhecimento permite-nos identificar os recursos
básicos que irão ampliar as nossas possibilidades, ou seja, dar-nos maior
força, maior espaço de ação, maior liberdade de decisão e mais expecctativas de
êxito.
Esses recursos, de que temos vindo a falar nas aulas
anteriores, embora não determinem, por si só, como vamos dirigir a nossa vida,
colocam-nos numa boa situação para desenharmos e realizarmos o nosso projeto de
vida.
Aqui chegamos ao que se pode chamar de personalidade
inteligente, a qual é bem mais do que se ter um alto Q.I. Uma personalidade
inteligente traduz-se por ac
tos, atitudes e comportamentos que põe em jogo os
nossos mais diversos recursos intelectuais, emocionais, afetivos, volitivos e
sociais! A sua finalidade resume-se a AGIRMOS ADEQUADAMENTE em cada situação da
vida, seja ela simples ou complexa - a principal das quais é a própria
felicidade!!
Ora "esta capacidade da inteligência para dirigir a
vida os antigos chamavam sabedoria" - diz o pedagogo espanhol J. Marina.
Os modernos estudos de psicologia têm vindo a reforçar este conceito.
De tudo o que atrás foi dito pode concluir-se que aprender a
viver bem (isto é, com prazer de viver) passa por conseguirmos aumentar os
nossos recursos, capacidades e até virtudes pessoais, bem assim como os
recursos sociais.
Fazendo uma breve pesquisa pelos modernos pedagogos podemos
verificar que há 6 condições decisivas para uma pessoa ser feliz, a saber:
- ter um projeto de vida (um sentido, um objetivo central);
- usar de prudência (inteligência, também) para resolver os
problemas da vida;
- suportar todos os esforços e recuperar dos fracassos
(sempre inevitáveis e que acabam por dar sentido à felicidade);
- avaliar as coisas da vida desfrutando das boas e procurando
resolver as indesejáveis;
- criar laços afetivos e cordiais com os outros;
- manter a nossa autonomia relativamente às situações, não
nos deixando envolver por "cantos de sereia" e "falsos
profetas".