Propósitosssssssss!!!!

Certos padrões mentais geram comportamentos rotineiros!


Aprendi há muitos anos que podem acontecer coisas extraordinárias na vida quando decidimos sair da rotina e repensar o caminho percorrido. Sair da rotina não significa necessariamente que tenhamos de mudar de emprego, mudar de residência ou deixar para trás família e amigos. Todos temos consciência que estamos obrigados a compromissos na vida que não podemos simplesmente ignorar e dizer adeus. Por outro lado, também temos hábitos e rotinas que são saudáveis.

O problema está frequentemente nos padrões mentais que adquirimos e que nos levam a ter rotinas de pensamento. As crenças, por exemplo, encaixam-se nessa categoria. Conheço muitas pessoas que ficam incomodadas quando alguém lhes questiona uma crença. As crenças (sejam do que for) ficam vincadas no nosso espírito como verdades absolutas e ninguém aceita interrogar-se sobre elas a não ser quando fica diante de uma situação limite! É por estes e outros acontecimentos similares que o pensamento humano evolui lentamente. Bem sabia Einstein do que dizia quando desabafou que se o homem se libertasse de ideias feitas e de conformismos seria um animal mais evoluído.

Veja-se como hoje atravessamos uma crise enorme no mundo devido a não estarmos preparados para os novos desafios e mudanças profundas. Buscamos soluções com ideias velhas que não se adaptam aos novos problemas. Isso deve-se ao facto de estarmos prisioneiros de rotinas e de incapacidades como a de não sabermos repensar o caminho percorrido.

Não admitimos que o passado pode merecer uma nova leitura, uma nova interpretação. Agarramo-nos a ideias que foram excelentes em certos momentos mas enganamo-nos frequentemente quando acreditamos que essas mesmas ideias são sempre válidas. Temos de olhar para trás e limpar os nossos armários de recordações. O mesmo é dizer, reciclarmo-nos e darmos lugar a novas aprendizagens que rejuvenesçam o nosso espírito.

Olhar em frente não significa abandonar o passado mas repensar o passado, incluindo, até, muito daquilo que aprendemos. É quase garantido que ao fazermos isso vamos encontrar motivos para nos decidirmos por uma mente mais aberta, flexível e criadora.

Uma vez, uma menina, excelente aluna, a quem a professora perguntou o que era a "liberdade" respondeu que era o "oceano". A professora zangou-se e chamou-a de burra. Todos os colegas se riram na cara da menina que não voltou mais à escola com vergonha. Sentiu-se humilhada e incompreendida. Quando lhe perguntei porque ela disse que a liberdade era o oceano explicou-me que a ideia dela era que um oceano, por ser tão largo e livre, era um bom exemplo de liberdade. E ela tinha razão. Mas o seu espírito aberto não teve eco na mente fechada e formatada da professora habituada a pensar a liberdade de acordo com uma definição convencional.

É esta também a grande diferença entre um espírito jovem e um espírito velho. O primeiro é aberto, inconformista e flexível. O segundo é fechado, conformista e rígido. Em ambos os casos estamos perante padrões de pensamento distintos.

Também é verdade que o espírito jovem pode envelhecer por força de uma sociedade que se fecha perante a mudança. Mas o espírito velho fica pior. Fica obsoleto quando já apenas só consegue repetir-se rotineiramente.

Afirme-se como um espírito jovem e não deixe envelhecer os seus padrões mentais. O mundo não volta para trás e o que temos pela frente só admite pessoas habilitadas a pensar com o que eu chamo de "ousadia criativa". Quem não for capaz de se reciclar talvez só se possa queixar de si mesmo. E não dos outros. Nem do mundo que ao mudar apenas cumpre o seu desígnio.