O inconformista cria as suas regras e vive tentando evitar
ser contaminado por aquela "visão de túnel" que leva as pessoas
comuns a terem uma vida de pleno acordo com os imperativos sociais.
Ser inconformista pode ser um risco. Ele pode ser
ostracizado logo na escola porque "pensa diferente" e tem uma
imaginação demasiado excêntrica. A igreja excomunga-o mesmo que seja um crente
(mas que contesta as religiões organizadas e manipuladoras). E as empresas
"burras" mandam-no pela porta fora pois tem "ideias malucas"
(embora, algumas companhias inteligentes, como a Google, já tenham descoberto
que os inconformistas podem ser, afinal, génios criativos e há que recrutá-los
antes que a concorrência os descubram).
Assim, note o seguinte:
- o inconformista pode ficar lixado (ou linchado
psicologicamente) se não obedecer às regras e fica no desemprego num instante,
enfrentando em pouco tempo uma série de divórcios (conjugais, doutrinais,
rituais, religiosos, etc.);
- e porque geralmente tem visões do mundo e ideias diferentes
dos outros, pode ser catapultado para o sucesso, a fama e rechear a sua conta
bancária (ou ficar na história da humanidade).
RISCOS BONS E MAUS
O inconformista corre 90% do risco de levar uma vida
cinzenta (aos olhos dos outros) e ver todas as portas fecharem-se e tem 10% de
"chance" de ficar rico num ápice (se usarmos isto como medida de
sucesso na vida).
Conheço um valoroso inconformista que depois de passar anos
na sua arte de viver de forma diferente do "rebanho" farta-se agora
de ganhar bom dinheiro por esse mundo fora a dar palestras sobre o
"inconformismo" tentando abrir algumas mentes desesperadas por
levarem vidas monótonas e cinzentas.
Esse inconformista militante emprega parte do seu tempo em
atividades voluntárias em África e entrega os seus ganhos a campanhas contra a
pobreza. Ou seja, é um inconformista que não se deixou contaminar pelo sucesso.
É uma das características do inconformista "perfeito".
Nunca o mundo precisou tanto de pessoas inconformistas que
sejam capazes de iluminar os milhões de conformados e adaptados a esta
sociedade tão pródiga em alienar-nos até com os mais estúpidos dos processos.
Se quer ser um inconformista pense bem nos prós e nos
contras. Tem uma possibilidade que eu defendo: deixe-se estar infiltrado no
sistema (no "status quo") e corroa-o por dentro, abanando e agitando
as mentes que ainda não despertaram para uma vida mais criativa.