Um tema que é central nas nossas decisões e comportamentos
são os hábitos! Curiosamente, é um assunto que não tem merecido grandes estudos
por parte da psicologia, sabendo-se ainda muito pouco sobre matéria.
Todavia, a nossa vida depende dos hábitos que adquirimos, em
particular os dos primeiros anos pois vão determinar parte daquilo que fará a
nossa personalidade.
Todos sabemos o que é um hábito. Mas como se forma? Pois é
uma soma de "experiências" repetidas mais "acções"
repetidas. Curiosamente, a maioria dos hábitos são contraídos sem a intervenção
da nossa escolha consciente e racional (tenha atenção a esse pormenor).
Pense num qualquer hábito seu e tente lembrar-se quando e
como o adquiriu. Verá que é a memória que forma os hábitos e os
"regista". O problema maior é quando os hábitos são de sinal negativo
e só nos trazem problemas. Em linguagem popular são os "maus
hábitos". Alguns tornam-se vícios e deles ficamos dependentes.
Há muitos hábitos que são induzidos pela educação. Até a
atividade de estudar se torna num hábito. Quando isso não acontece, o
"estudar" pode tornar-se mais penoso e menos produtivo. Da mesma forma,
a nossa autonomia é um hábito. Aprende-se a ser autónomo. Como também se aprende
a ser inibido e envergonhado.
Assim, muito do que aprendemos transformam-se em hábitos
(até o saber falar um idioma estrangeiro).
Os hábitos presentam uma vantagem para o cérebro: exigem
menos esforço psicológico e neurológico. Saber conduzir um automóvel só se
torna mais fácil quando atinge a categoria de hábito. Então não precisamos de
nos concentrar conscientemente no que o nosso corpo tem de fazer para acelerar,
travar, mudar de velocidade, etc. O hábito conduz-nos então a uma espécie de
"piloto automático" libertando o cérebro e a concentração para outras
atividades.
Para terminar esta nota fica uma última informação: há 3
tipos de hábitos, sabia? Há os HÁBITOS AFETIVOS (que vão ajudar a formar o
nosso caráter e que se relaciona com a ética); os HÁBITOS COGNITIVOS (tais como
crenças, atitudes, etc.) e os HÁBITOS OPERATIVOS (incluem a chamada
inteligência emocional, a vontade, o comportamento moral, a virtude e os vícios).
Podemos então concluir que se muito do que fazemos é
assegurado por hábitos e se estes intervêm até na formação do carácter (entre
muitas outras coisas) então eles revelam muito do que somos.